Dia dos Namorados
[Crônica de 9 de junho de 2000]
Por que dia 12 de junho é o Dia dos Namorados? Será que quem ama precisa ter um dia especial para mostrar o seu amor? Será que é necessária uma data de calendário para acelera o coração e enternecer os olhos? Será que alguém que ama, que realmente ama, necessita uma ajuda extra para mostrar o seu amor?
Eu não posso acreditar nisso. Não posso, como não posso sair pulando, fantasiado de padre, só porque é carnaval.
Amar implica em tantas coisas, algumas tão sutis que não há como se pretender marcar o amor com um presente comprado só porque o dia 12 de junho é o Dia dos Namorados.
Para quem ama todos os dias são Dia dos Namorados, cada momento é Dia dos Namorados, cada encontro e cada separação faz lembrar que se é namorado.
Ser namorado é vibrar sem razão, sentir um frio estanho nascer na barriga e tomar o corpo, sentir vontade de rir ou de chorar sem nenhum motivo, senão olhar a pessoa amada, ou, sem razão aparente, apenas pensar nela.
Pensar nela com tanto carinho que o corpo até esquenta!
Ser namorado é dividir as sensações da vida, o bom e o duro, o amargo e o doce, o sono e a insônia. Todos os sonhos e até os pesadelos. E, para isso, um dia só é pouco, um dia só não dá. É preciso a entrega de uma vida, no tempo em que se está junto.
Ser namorado é tão vasto e tão completo que não há razão para se precisar de uma data extra, como se fosse uma obrigação, para mostrar que se ama. Cada instante, cada dia, cada semana, todos os minutos são sagrados e mágicos quando a gente ama alguém.
Dizem que as pessoas felizes não têm história, não é verdade, a sua felicidade é a sua história e é por isso que os namorados que se amam não precisam do dia dos namorados. Todos os dias, para nós, são Dia dos Namorados.
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