Dia de Santo Antonio
[Crônica de 13 de junho de 2003]
Sexta feira, 13 de junho de 2003, dia de Santo Antonio, padroeiro dos casamentos, dos animais, da vida feliz. Dia de comer o pão distribuído no convento do Francisco, porque Santo Antonio era franciscano e sua imagem está na igreja do convento de São Francisco lá se vão vários séculos.
Um dos primeiros santos a chegar em São Paulo, Santo Antonio está por aqui desde a segunda metade do século 16, e é meu padroeiro por conta duma promessa feita por uma antiga avó do Rio Grande do Sul, para não degolarem o marido, preso numa daquelas revoluções completamente alucinadas, em que o estado tomava um banho de sangue e as mulheres eram estupradas, com a tranquilidade com que se joga truco.
Este ano o dia de Santo Antonio cai numa sexta feira, mas o santo é forte e fala direto com o Cristo, o que faz do dia de hoje um dia especial, para quem acredita na força dos santos e na ajuda deles para conseguir uma vida melhor, ainda que sendo sexta feira 13, de um ano que vai andando de lado, como um imenso caranguejo, arrastando em suas pinças o destino do Brasil.
Santo Antonio das aves, dos burrinhos, do Cristo menino no colo, com seu cabelo com um corte gozado, com sua batina escura e um enorme bom humor que o faz um santo bom e meigo, no meio de outros santos terríveis que dividem com ele o céu e a presença de Deus.
Santo Antonio, no seu dia, escuta minha prece, escuta a prece de 170 milhões de brasileiros, escuta a prece de milhões de brasileiros que ainda não nasceram, e que esperam um futuro melhor.
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.