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Padre Manoel de Paiva

[Crônica de 22 de janeiro de 2004]

Pouca gente conhece ou já ouviu falar no padre Manoel de Paiva. Mas ele tem enorme importância na história de São Paulo. Parente de João Ramalho, o branco que já habitava o planalto desde antes de 1532, é o padre Paiva que o aproxima de Nóbrega e que junto com os dois sobe a serra de Paranapiacaba, descobrindo com o provincial dos jesuítas os horizontes vastos e misteriosos do interior do país.

É provável que mesmo sem a ajuda de Manoel de Paiva, Nóbrega não tivesse maiores dificuldades para se entender com João Ramalho. Os dois tinham interesses comuns e esses interesses se chamavam campos de Piratininga.

Mas dado o parentesco, com certeza o padre Paiva auxiliou Nóbrega pelo menos nos primeiros contatos com o primo, e por conta dele acabou ficando no planalto, responsável pelo primeiro colégio aberto por Nóbrega tão logo chegou, ainda em agosto de 1553, no meio da vila de Santo André da Borda do Campo.

Como responsável pelos jesuítas instalados em Piratininga, o padre Manoel de Paiva não pode ser desconsiderado entre os que escolheram a colina do pátio do Colégio para erguer o segundo colégio na região.

Aliás, quanto a isso a discussão é quase que sem sentido, já que os melhores historiadores são praticamente unânimes em atribuir ao padre Paiva ter rezado a missa solene de 25 de janeiro de 1554.

Nem teria razão para ser diferente. Na medida que o padre Manoel de Paiva era o chefe dos 13 jesuítas mandados por Nóbrega para viverem e trabalharem no planalto de Piratininga, nada mais lógico do que ser ele o encarregado de rezar a missa de instalação do colégio que deveria funcionar sob suas ordens.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.