7 de setembro
[Crônica de 7 de setembro de 2009]
Toda nação tem sua data magna. A do Brasil é o 7 de setembro, data da proclamação de nossa independência. As razões que levaram o príncipe D. Pedro a nos separar de Portugal não foram o acaso, nem a vontade do príncipe ser imperador.
Elas estão presentes na realidade da vida brasileira desde a vinda da família real, em 1808. Nascem com o Brasil ainda colônia, e na nossa evolução para reino unido e capital do império português.
Ao ter que regressar para Portugal, D. João VI avisa o filho da possibilidade da Proclamação da Independência do Brasil.
Mais que isso, D. João VI deixa como ministro e primeiro auxiliar do jovem príncipe José Bonifácio de Andrada e Silva, o melhor funcionário da coroa portuguesa, profundo conhecedor de política e diplomacia.
O rei sabia que os laços estavam cada vez mais fracos. Sabia também que o Brasil poderia prosseguir em sua jornada, como nação independente, sem necessariamente ter que deixar de estar sob o comando da casa de Bragança. Ele seria rei de Portugal e o filho imperador do Brasil.
O fantástico é que chamam este homem de incompetente. Se há uma coisa que D. João não era, era incompetente. Pelo contrário, sobrevivente de uma corte alucinada, coabitando com mãe louca e mulher terrível, nascido para não herdar a coroa, o rei se saiu mais bem do que mal em todas as suas ações.
O 7 de setembro é a conclusão lógica de um movimento que germinava há vários anos, acalentado pelas diferenças crescentes entre Lisboa e Rio de Janeiro. D. Pedro fez o que se esperava dele, e com seu ato o Brasil adquiriu luz própria.
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