Meu universo é você

Eu te vejo e sei que és um universo: tão vasto e tão misterioso; tão inacessível e tão impenetrável; tão fascinante e tão belo quanto o universo que nos rodeia e de onde vem a luz e a vida, e para onde vão as nossas sombras, e as sombras de nossos gestos, que se repetirão por milhões de anos, noutra dimensão paralela que é o contra espelho do nosso dia a dia.

Te olho e vejo em ti o brilho das estrelas que servem de rotas, aldebarã, a estrela polar, o cruzeiro do sul, balizando meus rumos e dando os meus nortes, para que eu não me perca na imensidão de teu ser, que extrapola teu corpo, que agrega teu corpo, a um ser muito maior, parte infinita do universo e do seio imenso de Deus.

Te sinto e sinto em ti – vindos de ti – os ventos que assolam as distâncias do cosmos e que empurram os cometas como espermatozoides para fecundar os astros e gerar novas estrelas e novos sistemas, onde a vida se multiplica com a violência dos vulcões.

Te pressinto, imã poderoso que me atrai inapelavelmente, buraco negro que engole toda a possibilidade de ser. Onde morre e renasce a vida, que se perpetua na eternidade do universo, transformada em energia, em brilho novo, quem sabe um novo cometa, quem sabe uma estrela nova, pronta para parir os novos planetas onde um homem renovado tentará viver no paraíso.

E te firo como o asteroide que bate na terra. Como prova de amor, de afeto, de necessidade de estar perto e, mais, de ser parte de teu ser, de teu corpo, muito maior, onde me fundo e me perco, transformado em rocha líquida correndo por tuas veias, alimentando tuas artérias e criando teus sonhos.

Para terminar sendo teu sol, e te despertar com minha luz, cheia de meu amor, protegida pelo meu amor, com um sorriso nos lábios que se abrem lentamente, para me dizerem bom dia!

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