Pina 2022
Fazia tempo que não ia à Pinacoteca do Estado. No domingo de Páscoa fui. A Pinacoteca me hipnotiza desde sempre. Começando pelo prédio, que para mim é dos mais bonitos, se não o mais bonito, da cidade.
A região da Pinacoteca é especial. Além dela, temos o Museu de Arte Sacra e o Museu da Língua Portuguesa, um perto do outro. Basta atravessar a rua para se estar em qualquer um deles.
O acervo da Pinacoteca é único e faz uma longa viagem no tempo das artes brasileiras, principalmente dos artistas paulistas. Ela tem obras primas deslumbrantes.
São peças para todos os gostos, do acadêmico ao abstrato, e as instalações, dispostas pelo prédio maravilhoso de forma inteligente e de fácil compreensão para o público.
Mas, além do acervo permanente, o museu apresentava uma exposição de Adriana Varejão. Ocupando toda uma ala do primeiro andar, a mostra tem obras de uma qualidade excepcional.
As cores, as formas, o material empregado, tudo prende o olhar e nos remete a uma viagem onírica, boa parte dentro das raízes religiosas brasileiras, onde sem dúvida a artista foi buscar inspiração para seu temário.
Só a visita à exposição de Adriana Varejão teria valido todos os preços da minha ida até a Luz. Mas o passeio foi mais fundo. A visita ao acervo permanente, valorizando a Semana de Arte de Moderna de 1922, valeu a pena.
Algumas das melhores obras de Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Vicente do Rego Monteiro, Portinari, Tarsila do Amaral dividem as paredes e compõem a montagem com Volpi, Segall e dezenas de outros artistas que fazem a riqueza de nossa pintura, numa sequência harmoniosa, dividida por temas específicos. Vale a pena ir à Pinacoteca e aproveitar o dia.
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