Polarização
O chamado mundo ocidental está sendo chacoalhado por um fenômeno novo, a radicalização exacerbada das diferentes posições sociopolíticas que, de uma forma ou de outra, sempre se respeitaram e conviveram entre si nos regimes democráticos.
Parece que isso acabou e ninguém tem noção de qual será o final da festa. Começando pelos Estados Unidos, a maior potência e a maior democracia do mundo, as coisas vão mal e não há nada que indique que o processo não irá se aprofundar.
Aliás, o processo está se aprofundando. Os estragos causados pelo governo de Donald Trump estão diariamente cobrando seu preço e, como o governo atual está longe de ser popular dentro de casa, a vaca segue célere para o brejo, com a ameaça concreta do presidente Biden perder a maioria no Senado, nas eleições deste ano.
Mas não são apenas os norte-americanos que estão no fio da navalha. A direita radical cresce diariamente na França. A Grã-Bretanha tem um primeiro-ministro que pode ser tudo, menos um grande primeiro-ministro. A Espanha não sabe se dança bolero ou flamenco. A Alemanha ainda não sabe se tem um bom líder e por aí vamos, até chegar na América Latina, onde o quadro não é melhor.
A radicalização chega a níveis nunca vistos. Os governantes incentivam a bagunça, desmontando o arcabouço moral das nações, mentindo, roubando e chegando perto de vender a irmã para se manterem no poder a qualquer custo, desde que o povo pague a conta.
Para completar o quadro, o mundo ainda não saiu da pandemia do coronavírus, enfrenta as mudanças climáticas e, por causa da guerra na Ucrânia, está às portas de uma recessão. Não é a primeira vez que a humanidade se vê à frente de uma catástrofe. Vamos ver como saímos dela.
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