O direito de cada um
O seu direito acaba onde começa o direito do outro. Regra clara, básica e elementar para se viver bem em sociedade. Qualquer coisa fora disso é falta de senso comum, de boa vontade, de solidariedade. É estúpido e egoísta e normalmente acaba cobrando seu preço. Está certa a prefeitura do Rio de Janeiro que proibiu música na praia.
Até alguns anos atrás, a prefeitura de Guarujá também não permitia, mas, sabe Deus o que aconteceu, relaxaram e agora a música corre solta, do pagode ao funk, passando pelo sertanejo, um tocando mais alto do que o outro, numa suruba musical que enlouquece quem está em volta e não tem nada com isso.
Importante frisar que tomar sol não tem pedágio musical, nem ninguém é obrigado a ficar sentado, sendo torturado pela turma ao lado, que mete bronca no som e eu não sei se dá pra chamar de cidadãos.
Minha pergunta é o que aconteceria se alguém decidisse ouvir a nona sinfonia de Beethoven sentado na praia, tomando sol e chupando picolé…
Será que a vizinhança acharia graça? Provavelmente não. Até porque a vizinhança não tem a menor ideia do que é a nona sinfonia de Beethoven, nem o que esse cara fez para alguém querer tocar música dele, ainda mais comendo pastel e brincando de croquete.
Pode menos quem chora mais. A vida é isso, mas a vida em sociedade deveria ter regras mais ou menos claras, para todos de algum modo viverem bem. Afinal, é para isso que ela serve. Para tornar a vida de todos de alguma forma melhor.
A regra vale para tudo, não é só para música alta na praia. É feio furar fila, jogar lixo no chão, fumar charuto ao lado de quem não fuma… Como vivemos na época do “eu posso”, “eu faço”, dane-se a sociedade e quem está do lado. Se quebrar o pau, o presidente disse que é para atirar.
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