Uma guerra com finalidade econômica
Toda guerra é estúpida, da mesma forma que toda guerra tem por objetivo alguma vantagem a ser retirada da carteira do inimigo, mas em poucas guerras essas verdades ficaram tão explícitas quanto na guerra da Ucrânia.
Clasewitz, o autor do clássico militar “Da Guerra”, coloca com todas as letras que a guerra não é mais do “a continuação da diplomacia por outros meios”.
Mais brutos, mais pesados, mais caros, mais estúpidos, mas sem dúvida nenhuma ele está certo. A guerra é a diplomacia por outros meios. Só que pode acabar mal para quem começou querendo se dar bem. Nem sempre o final é o que foi programado. Pode acontecer de, no meio do jogo, a maré virar, o vento soprar de sul, alguém descobrir uma jogada nova etc., e a coisa sai de controle e a vaca vai para o brejo. Ou não… acontece exatamente como deveria acontecer e aí os analistas de plantão dizem: “eu não disse? pois é, aconteceu!” e, como dizia minha avó, “agora é ver o fim disso tudo…”
A guerra da Ucrânia é o melhor campo de provas de novas armas que o mundo tem visto desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Um dos problemas com as novas armas é quem até serem testadas, ninguém sabe se vão funcionar. Acontece que muitas vezes elas só são testadas numa emergência e aí elas não funcionarem pode ser dramático.
É por isso que a guerra da Ucrânia está sendo um grande negócio para muita gente. Os turcos estão vendendo drones, os norte-americanos vendem canhões e conjuntos de mísseis, os russos vendem petróleo, os alemães vão fabricar novas armas que deverão ser pagas aos fabricantes e por aí vai, todo mundo ganhando dinheiro. A festa só não está boa para os ucranianos, mas isso parece que não abala a ética dos outros envolvidos.
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