31 de Dezembro
Amanhã é o último dia do ano. O último dia de 2022, um ano complicado, complexo, que vai deixar lembranças pesadas de fatos e coisas tristes, de separação, ódio, guerra e destruição.
Um ano que não deixará saudades. Um ano que teve, no seu final, uma Copa do Mundo de Futebol fora de época, para diminuir a carga brutal de dor e sofrimento que marcou milhões de pessoas ao redor do planeta.
Pode mais quem chora menos. Em 2022 todos choraram alguma perda, alguma diminuição. O mundo se tornou mais áspero, as relações mais difíceis, os encontros menos cordiais.
Faltou diálogo, faltou boa vontade, faltou a necessidade de somar.
Em lugar dela, a divisão do mundo, a separação dos amigos, a indiferença e a boçalidade ocupando espaço. Aqui e em toda parte.
Razões fúteis, motivos mesquinhos e a morte e a dor suplantando qualquer possibilidade de esperança para substituir o tempo da pandemia que irmanou o mundo na perda de milhões de pessoas, mortas pela covid19.
Ah, a magia das vacinas que salvaram outros milhões e que uniram as nações na busca frenética para um antídoto para o sofrimento, a morte e a miséria!
Mas falta muito para qualquer solução. A pobreza dá lugar à miséria, a paz se submete à guerra e o rearmamento é a realidade nos campos gelados da Ucrânia, onde combates e atrocidades de todos os tipos ceifam a vida de quem sobreviveu ao vírus.
Depois de amanhã, um novo ano sai de trás da névoa do futuro e se instala no comando da vida do mundo. Como será, como não será ainda é cedo para dizer. Mas a esperança não morre e a fé na boa vontade das pessoas move montanhas. Feliz ano novo e que a paz e a compaixão estejam convosco!
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