O começo do ano

[Crônica do dia 11 de março de 2009]

O Brasil começa o ano depois do carnaval. Faça sol ou não, para o país realmente sair do marasmo do final do ano são necessários alguns meses, que variam de acordo com a data do carnaval.

Antes é cedo, depois é tarde. Tem que recuperar o tempo perdido. Acertar o passo acelerado para compensar os dois meses de férias de verão.
É aí que a temperatura da economia realmente aparece. O trânsito piora. O humor da população piora. A qualidade vida na cidade grande piora.

O jeito é ir em frente porque atrás vem gente. Mas dá um medo. Medo da vida que vem pela frente. Do desconhecido, do tamanho da crise.

Será que o Brasil está à margem da vida? Será que não vamos passar as dificuldades que os outros estão enfrentando?

Difícil achar qualquer coisa.

Um amigo filósofo diz que parte da economia já foi para o espaço, que agora é a hora dos cadáveres boiarem. Quem viver verá.

Até lá é torcer para ser verdade que aqui as coisas funcionam ao contrário. Que quando os outros vão mal, nós vamos bem.

Por enquanto o Palmeiras vai bem, o São Paulo mais ou menos, o Corinthians espera o “Fenômeno”, e o Santos desmorona com mais competência que a Portuguesa de Desportos.

É bom desconversar, pegando futebol como tema. Afinal, a paixão tapa o sol com a peneira e como ninguém sabe o que vai sair do mato, é melhor fazer de conta que tudo vai bem. De repente a crise acredita, arruma a mala e vai embora. Se isso acontecer, melhor, senão, o jeito é navegar, porque a alternativa é muito pior.

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