Oriundi

Acabo de ganhar do Colégio Dante Alighieri o livro “Oriundi”, de J.A. Dias Lopes. O título completo é “Oriundi – Histórias e Receitas da Cozinha Ítalo-Brasileira de São Paulo”. É autoexplicativo. Não deixa dúvida sobre o que se trata. E que o livro trata bem.

É um livro visualmente bonito e seu conteúdo, escrito e exposto de forma simples e direta, conta uma história rica, de uma comunidade importante na vida de São Paulo.

A imigração italiana para o Brasil é o início de um processo impressionante de miscigenação de povos, raças e culturas que deram no brasileiro atual, fruto de um dos maiores cadinhos raciais do planeta e que tem lados positivos e negativos balizando o desenvolvimento nacional.

“Oriundi” conta essa história através de uma vertente diferente, mas fundamental para se entender muita coisa que acontece em São Paulo e que tem na origem a gastronomia. “Em São Paulo se mangia benne”.

E quanto do que se come em São Paulo veio na bagagem dos imigrantes? Mas o mais interessante é que muito do que se imagina vindo de outras terras foi criado aqui, é tipicamente brasileiro, só que usando a base original, vinda com os novos cidadãos que desembarcaram no Brasil atrás de uma pátria nova, uma nova terra para constituir família, criar os filhos e escrever sua história.

Cada capítulo do livro remete a um prato tipicamente italiano, alguns dos quais não serão encontrados na Itália, por mais que se procure.

Em compensação, quantos restaurantes, tavernas, tratorias e pizzarias, com seus respectivos criadores e responsáveis, descritos no livro, eu conheci ao longo da vida? Seria injusto não citar todos, até porque cada um à sua maneira teve importância num momento da minha vida. Obrigado, “Oriundi”, pela viagem fantástica ao mundo da gastronomia italiana.

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