É injusto, mas não tem jeito
Quando um milhão e meio de pessoas decidem comprar cinquenta mil ingressos, de saída se sabe que um milhão quatrocentos e cinquenta mil ficará sem ingressos. É matemática simples, não tem como colocar um milhão e meio em cinquenta mil. Não cabe, nem colocando um em cima do outro, em filas sequenciais.
Foi o que aconteceu na venda dos ingressos para o show de Taylor Swift. Em poucos minutos, todos os ingressos estavam vendidos, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Para alegria da artista e dos fãs, que, por conta do sucesso estrondoso das vendas, ganharam mais dois shows, um em cada cidade.
O que aconteceu na venda dos ingressos para o show de Taylor Swift acontece regularmente em outros eventos com venda antecipada de ingressos. Tem mais gente do que ingresso, então é óbvio que a imensa maioria vai ficar de fora. É injusto? Em teoria é, afinal todos deveriam ter o mesmo direito de ver seus artistas. Só que, na prática, os locais dos shows não comportam a demanda, por maiores que sejam.
Como acomodar um milhão e meio de pessoas juntas durante duas horas? Quem sabe no autódromo de Interlagos fosse possível, mas, mesmo assim, a engenharia exigida seria incrível.
A ideia de lançar os ingressos na Internet com hora marcada para o início das vendas não deixa de ser razoável. Em teoria, daria a mesma chance para todos. Só que não funciona assim. A rede congestiona pelo excesso de demanda e aí alguns no meio da multidão conseguem seus ingressos. Mas, de novo, a maioria vai ficar de fora.
O que não pode de maneira nenhuma é permitir que cambistas entrem na fila ou ameacem os fãs. Nesses casos a solução é fácil. Polícia neles.
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