Vida que segue
A vida não foi feita para ser fácil, foi feita para ser vida. É aí que mora toda a diferença. Não tem vida fácil, tem vida. A vida nunca é fácil, diga lá o que disserem.
É verdade, a alternativa é muito pior. Então ninguém quer sair daqui, até porque ninguém tem certeza do que vai encontrar no outro lado. É melhor mil abelhas a voar do que uma só a me picar.
Entre secos e molhados, vamos em frente porque atrás vem gente. A vida pega, mas vale a pena. Então vamos viver, até sem ter certeza se o São Paulo se aprumou ou se é só para inglês ver.
Ser são-paulino, dentro da vida, é um privilégio. Mesmo sabendo que ele pode perder do Bandeirantes de Louveira ou do Itatibense de Pesca e Vela, ser são-paulino faz a diferença e deixa a vida mais leve, mais gostosa.
A regra vale para os seres humanos e suas criações, entre elas, as cidades. As cidades também nascem, crescem, vivem, se fazem de bestas e morrem. Que o diga Passárgada ou Samarcanda. Foram poderosas, hoje pouca gente sabe que existiram. Para não falar nas cidades maias, cobertas pela floresta.
As grandes cidades atuais se acham imbatíveis. E são, mas será que isso vale para sempre? Os dinossauros foram mais poderosos e por mais tempo e desapareceram. O que faz São Paulo imaginar que a Zona Norte durará até o ano três mil?
Não, ninguém tem as respostas. Cada dia é um dia e a soma deles é o rascunho da nossa vida. Curta ou longa, tudo é relativo. Cabe a nós fazer cada dia melhor do que o anterior. Mais que isso, é sonhar que temos asas e somos anjos.
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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.