José Gregori
Morreu José Gregori. O Brasil fica mais pobre. José Gregori foi um grande homem, um grande brasileiro, um grande chefe de família, um grande amigo, um grande idealista.
Ex-ministro da Justiça, ex-embaixador em Portugal, político ligado ao PSDB, amigo da vida inteira e de absoluta confiança de Fernando Henrique Cardoso, José Gregori por isso já teria lugar na história recente brasileira.
Mas José Gregori foi muito mais. Líder indiscutível da luta pelos direitos humanos, a vida de José Gregori foi pautada pela coerência e pela coragem de defender suas posições em qualquer fórum, em todos os momentos, em todas as situações.
Intransigente e obstinado, para ele, um país só adquire o status de nação desenvolvida quando sua população atinge um patamar mínimo de respeito ao próximo, de tolerância à diversidade e na vontade de somar esforços na solidariedade para ser melhor.
José Gregori não aceitava nenhum desvio de rota, concessão ou leniência quando o tema era o respeito aos direitos humanos. No seu entender, só havia um caminho para a realização da felicidade e ele passava pela liberdade de cada um ser quem quisesse e como quisesse, merecendo e retribuindo na mesma moeda o respeito dos outros.
Tive o privilégio de conhecer e depois chamar de amigo esse homem extraordinário, meu companheiro de Academia Paulista de Letras e de Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, onde integrava a Mesa Administrativa.
Eu sei que o ciclo da vida apenas cumpriu seu curso e que agora José Gregori, aos 92 anos de idade, mudou de endereço e está na companhia de sua esposa e de seus amigos, aproveitando as maravilhas da eternidade. Mas também sei que fará falta à família, aos amigos e ao Brasil.
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