Tem muita gente do bem
Ninguém discute, a violência na cidade está atingindo graus absurdos. Violência de todas as formas, as mais simples e as mais sofisticadas. De assaltos em semáforos a roubo de celulares com pedradas nos vidros, a cidade vê de tudo e ainda tem espaço para o muito mais que ainda não foi inventado, mas que vai ser adotado em pouco tempo.
É assim porque é assim. Tem lugares piores, no Brasil e no exterior, o que não quer dizer nada, porque para você importa onde você está e o que acontece perto. O longe é problema de quem está longe. O que não pode, ou não poderia, é acontecer com você ou perto de você.
O mais é refresco. Pimenta na orelha dos outros não arde. Como diria o grande filósofo William Scott Pitt, “você pra mim é problema seu”.
E prossegue: “quando fecho os olhos, não vejo nada”. Esse o drama, a tragédia moderna. De verdade, ninguém quer saber de muita coisa que não lhe diga respeito. Será que é assim?
É verdade, tem gente que só olha o próprio umbigo e não quer dizer necessariamente que irão se dar mal, que a vida vai cobrar seu preço, como acontece nas fábulas com lição de moral.
A vida não é uma fábula. A vida é a vida e ela pega ou não pega por razões que nós não temos a menor capacidade de compreender, se é que tem explicação.
Tem gente ruim? Tem e muita. Mas tem mais gente boa. Pessoas do bem, que levam suas vidas olhando em volta, se preocupando com o outro, procurando fazer da melhor forma possível o bem que podem e querem fazer.
Eu sei que às vezes dá vontade de largar tudo, encostar num barranco e deixar a vida passar. Mas você é muito mais. Então, seja lá de onde for, vem uma força que faz você tocar em frente, acreditar e fazer melhor.
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.