Um cenário absurdo
A morte absurda de três médicos assassinados no Rio de Janeiro, quando participavam de um congresso, levanta algumas questões no mínimo impensáveis até algumas décadas atrás.
Agora foi chocante, foi brutal, provavelmente foi um engano dos assassinos, mas não traz nada de novo. O quadro da segurança pública nacional é vergonhoso e o Rio de Janeiro é o campeão dos desmandos de todos os tipos e naturezas.
Os outros estados não estão bonitos na foto, mas, perto do Rio de Janeiro, até que se saem bem, mesmo São Paulo batendo recordes de roubos de celulares, a Bahia tendo 70 mortos num mês e outras barbaridades como essas pipocando todas as semanas, em todos os cantos do nosso imenso país.
Onde deu errado? Na política social de última classe levada a cabo faz tempo. Na brutal diferença de renda entre os mais ricos e os mais pobres. No abandono dos mais pobres. A ausência do Estado se refletindo na ascensão do crime, porque não há vácuo na sociedade.
Os muros, grades, cercas elétricas e arames que separam os imóveis das ruas mostram que está tudo errado e que o crime é dono das cidades.
Às vezes, um engano, como o que parece que aconteceu no Rio de Janeiro, traz luz para a tragédia, mas, no mais dos casos, os que envolvem situações triviais não dão página 35 dos jornais e passam longe dos canais de notícias das TVs a cabo.
Enquanto isso, o governo faz de conta que faz alguma coisa, autoridades dão declarações com promessas grandiosas, mas, quando perguntadas sobre dezenas de crimes não solucionados, se enrolam e não explicam nada. O duro é que esse foi só mais um na longa lista de crimes que nos envergonham e são ruins para os negócios.
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