Sabotagem é crime
No dia da greve sem sentido que parou o transporte em São Paulo, as linhas privatizadas seguiram funcionando muito bem, sem qualquer tipo de interrupção, até que uma linha de trem apresentou problemas.
Imediatamente, a concessionária foi responsabilizada pelos problemas e ameaçada com multas altas porque não estava cumprindo o acertado no contrato de privatização.
Não cabe aqui discutir a forma como a concessão foi feita, mas é sempre bom lembrar que a concessionária do trem é a mesma concessionária da Linha 4 do Metrô e que a Linha 4 é o exemplo do que o Metrô pode ser, ou a lembrança do que já foi.
O trem parou e ninguém sabia o porquê. Parou e caíram de pau em cima da concessionária, como se todas as linhas do Metrô e da CPTM estivessem funcionando normalmente e a interrupção da Linha 9 fosse a responsável pelo caos da cidade.
Desde o começo, havia indícios de crime. De que a Linha 9 havia sido sabotada e agora, depois das investigações avançarem, fica claro que foi exatamente isso que aconteceu. A Linha 9 foi sabotada. Atiraram objetos nos trens e colocaram outros nos trilhos, além de cortarem os fios.
Quer dizer, uma greve criminosa foi completada com atos criminosos para parar o que estava funcionado e que é o melhor exemplo de que a iniciativa privada, num país como o Brasil, é a melhor solução para atender bem a população.
Se alguém tem dúvida, tome um trem da Linha 4 e depois faça a baldeação para outra linha operada pelo Metrô. A diferença salta aos olhos no momento que se entra no vagão. As composições são apenas teoricamente semelhantes, não há comparação possível entre elas. Além disso, a Linha 4 funciona quando tem greve.
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