Pressione enter para ver os resultados ou esc para cancelar.

Qual será o fim disto?

São Paulo é um imenso canteiro de obras de todos os tipos, jeitos e tamanhos. Nada de novo. A cidade já passou por outros processos dessa natureza ao longo de sua história recente, na época em que foi a “cidade que mais cresce no mundo”, dito com indisfarçável orgulho pelos seus moradores, entusiasmados com o progresso alucinado que, ao longo do século 20, balizou os rumos da metrópole.

Impossível de ser aprisionada por planos ou diretrizes, São Paulo segue seu destino e se espalha por uma imensa área, que se funde com municípios vizinhos, criando uma das mais extensas regiões urbanas do planeta.

Ao longo dessa jornada, foi alterando seu jeito de cidade colonial, com os primeiros prédios tomando o Centro Velho e os palacetes dos grandes fazendeiros se espalhando pelos Campos Elíseos.

Depois vieram Higienópolis, a Avenida Paulista e as encostas da Vila América, que desciam em direção às várzeas do Pinheiros. Não sobrou nada das construções originais, como não sobraram as casas dos barões que habitavam a área depois ocupada pelo Centro Novo.

Quem se lembra da Faria Lima de cinquenta anos atrás fica espantado com a Faria Lima dos dias de hoje, o grande coração financeiro que substituiu o antigo grande coração financeiro, a Avenida Paulista, que tomou o lugar da Rua da Boa Vista.

Essa é a história da cidade, sua sina, que a empurra sempre mais para a frente ou muda completamente bairros inteiros, ao mesmo tempo ou em movimentos subsequentes, como vai acontecendo agora em zonas tão diferentes como a Avenida Rebouças, o Brooklin, a Barra Funda e o fundo do Butantã, todas demolidas e reconstruídas, com edifícios imponentes, capazes de abrigar centenas de pessoas.

___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.