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Final do surf olímpico

O Brasil ganhou duas medalhas no Surf Olímpico. Uma de prata para Tatiana Weston-Webb e outra de bronze para Gabriel Medina. As duas foram mais do que merecidas, mas poderiam ter sido de ouro, não fosse o capricho do deus dos mares que decidiu que nenhum deles teria ondas de qualidade.

Gabriel Medina surfou uma onda. Isso mesmo. Uma única onda em meia hora de bateria. E Tatiana Weston-Webb surfou no máximo quatro ou cinco, nenhuma de grande qualidade. 

Este é o mistério do surf: nem sempre o melhor vence. Não que os adversários dos brasileiros não fossem surfistas excepcionais. São. E mostraram que são ao longo de todo o torneio, que em nenhum momento teve o mar que fez o Tahiti famoso pelos tubos perfeitos e para onde todos os surfistas gostariam de ir.

Esportes que dependem da força da natureza têm um imponderável a mais, que faz com que tudo que deveria acontecer não aconteça ou aconteça de um jeito completamente diferente do planejado. A regra vale para o surf e vale para a vela. Além disso, uma decisão equivocada também pode levar a um resultado ruim.

É o surfista abrir para fora e as ondas entrarem pelo outro lado para ele ficar sem condições de surfar. Ou o velejador que acredita que o vento vai virar e se coloca para isso, mas o vento não vira e ele fica sem vento no meio da regata.

Os imponderáveis fazem parte da vida e, por mais planejamento que exista, o imprevisto cobra seu preço e muda tudo na história que passa a ter um final feliz diferente. O que era para ser não é. O que não era, passa a ser. Acontece. De todo modo, o importante é que os surfistas brasileiros mereceram suas medalhas e elas vieram porque tinham que vir.  

 

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.