Sete de Setembro
[Crônica de 7 de setembro de 2007]
Há 185 anos o Brasil se tornava uma nação independente. D. Pedro I de forma bem mais prosaica que o pintado no quadro do grito, nas margens do riacho do Ipiranga, separava o país de Portugal.
E a nova nação rapidamente encontrou seu rumo. O imperador tido pelo folclore como um mulherengo e devasso era um homem preparado, conhecedor de música e literatura. De política e da arte de governar.
Bem assessorado pelo mais competente de todos os funcionários públicos de Portugal, o cientista, professor e administrador José Bonifácio de Andrada e Silva, rapidamente deu o norte para o país, tomando as medidas necessárias para consolidar a independência e assegurar a administração da terra.
A Constituição Imperial foi a melhor e mais longeva das constituições brasileiras. Graças a ela, imposta por D. Pedro, depois da Assembleia Constituinte se reunir por mais de um ano sem sair do lugar, o Brasil teve paz e prosperidade ao longo de quase todo o século 19.
Mas o 7 de setembro vai além da data em si. Ele significa o encontro da nação com seu direito de ser livre e soberana, com peso igual a qualquer outra no largo concerto da coletividade humana.
Ele representa o direito inalienável de nos governarmos como for melhor para nós. Sem interferência externas, sem coação, num regime de igualdade e tolerância que teve no império um de seus momentos mais altos e que desaguou na miscigenação atual, fruto da imigração e da capacidade de entendimento dos brasileiros de todas as origens que escolheram viver aqui.
O 7 de setembro é muito mais que um desfile militar ou que o feriado emendado. É um dia de reflexão para fazer um país melhor.
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