Tá muito complicado
Quem poderia imaginar que um tornado atípico iria atingir um veleiro de mais de 50 metros na costa sul da Itália e matar e ferir 12 pessoas? Pois é, aconteceu. O veleiro foi atingido e naufragou, o que mostra que não adianta ser rico e ter barco grande. Quando a hora chega, chega e aí não tem o que fazer. Ninguém escapa da sua hora e da sua vez.
Mas não é só lá que acidentes acontecem. Aqui, os acidentes de trânsito matam dezenas de milhares de pessoas todos os anos e os naufrágios na Amazônia cobram seu preço, principalmente dos passageiros das embarcações sem autorização que navegam pelos grandes rios da região.
A hora é a hora, antes é cedo, depois é tarde. O encontro pode ser adiado, mas não tem como postergar para sempre. Uma hora ele acontece e aí é melhor estar preparado porque a viagem é só de ida e vai para algum lugar que ninguém sabe qual é.
Toda estação é uma chegada e uma partida. O caminho vai e volta, todos os lugares são lugares e não tem hora certa para se querer ir. Não tem um trem todas as manhãs, às 9 horas, com destino ao paraíso.
Pode seguir para Campinas, Taubaté, Ponte Velha sobre o Sena, tanto faz, estes vão e voltam, mas a sua viagem de partida é só sua. Não tem como dividir o espaço, nem perguntar a direção.
Faz tempo que a partida é realidade na vida da minha geração. Então, ficar por aqui mais um pouco é muito melhor do que sair de cena. Com alguma dignidade para se tocar em frente, a festa fica boa e viver é a melhor opção.
Não é preciso muito para se ser feliz. Com moderação e boa vontade, viver bem é a melhor vingança. O resto deixa para quando a hora chegar, porque antes é cedo e depois é muito tarde. E você não quer saber.
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