Mais uma vez o Ipê da Santa Casa

Diz a lenda que nos anos em que o ipê do jardim da frente da Santa Casa de São Paulo tem uma grande florada a Irmandade terá um grande ano. Este ano o ipê ultrapassou todos os limites das últimas décadas. Ficou deslumbrante! Todo enfeitado de amarelo, com suas flores cobrindo o tronco e os galhos, numa festa de cor única e maravilhosa.

Eu não sei quanto anos o ipê tem, mas seu tronco grosso e sua altura falam de muitas primaveras, florindo há muitos anos. Eu diria mais de cem anos, mas gente que se diz mais entendida que eu garante que ele teria no máximo setenta. Seja como for, é uma árvore que impõe respeito e ocupa seu espaço, plantado no canto esquerdo do jardim da frente, que, além dele, tem outras árvores maravilhosas, começando por dois ipês roxos plantados um perto do outro, o que potencializa suas floradas que, por isso, concorrem com o ipê amarelo.

Tem gente que diz que pressentimentos, avisos e sinais não existem, que é tudo bobagem. Eu acho que não. Tem mais coisa entre o céu e a terra do que entende nosso profundo desconhecimento. Não é por outra razão que os espanhóis dizem que “as bruxas não existem, mas que as há, as há”.

Até ontem, Marte era um planeta estéril, sem água. Agora descobriram mares subterrâneos. Com os sinais e avisos é igual. Até ontem não queriam dizer nada, de repente ganham significados concretos e inimagináveis até o ano passado. 

A florada do ipê amarelo da Santa Casa de São Paulo tem toda uma carga cósmica, que se inicia em galáxias distantes, converge para cometas, vara mares de meteoros e chega na Terra, explodindo nas flores amarelas que garantem que o ano que vem será um grande ano para a Irmandade.

A vida é feita de imprevisíveis e a flora da Santa Casa é um deles. Este ano ela veio com tudo. Então, viva a florada e um grande ano para nós!