Tem gente que diz qualquer coisa
Tem gente que acha, tem gente que não acha, tem quem ache o oposto e quem ache o oposto do oposto. Tudo bem, é assim mesmo. Graças a Deus, a democracia aceita todos os “achares” e, com um pouco de jeito, um conversa com a outra e todos chegam a um predicado comum, a um denominador que dá o tom da valsa pra dançarem maxixe, no ritmo do rock pesado confraternizando com o samba de breque.
Deveria ser assim. Em algum momento no passado, foi assim, mas depois perdemos a mão e a torta desandou numa água suja rala, como angu sem caroço.
Tem quem ache que a terra é plana, quem diga que os dinossauros não existiram, que tomar vacina faz mal. É apavorante, mas é assim. Tem gente que acha muito mais e fica o dito pelo não dito, como se fosse feio dizer que o rei está nu e que democracia implica em compaixão.
Seu Raimundo não vota em qualquer um. Para ele, eleição é voto garantido, desde que o candidato se esforce em acertar o passo e pagar o pedágio, não em grana na mão, mas em obras futuras, adjutório para o templo e outras boas obras. Pode ser até picolé de cajamanga, o importante é que chegue antes do próximo inverno ou das chuvas de verão.
Não, eu não sei a hora certa. Roubaram meu celular, então eu não sei a hora certa. Nem a errada. Eu não sei a hora, nem se é cedo ou se é tarde.
Tanto faz. Eu não disse o que disseram que eu disse. Eu sei por que quem não disse fui eu. Se fosse outro, até poderia ser. Cada um sabe de si e diz o que quer e o que sabe.
O complicado é que está complicado e até três de outubro deve complicar mais. A campanha sobe de intensidade na velocidade das pesquisas eleitorais. Quem sobe, sobe e nada de braçada. Quem não sobe, põe fogo na mata e culpa o outro porque em eleição só é feio perder.
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