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Que coisa melancólica

É triste, é muito triste ver um quadro melancólico como a seleção brasileira jogando. E é mais triste ainda ver o time perder vergonhosamente do Paraguai depois do técnico afirmar do alto de seu pedestal, com a empáfia dos medíocres, que o Brasil estará na final da próxima Copa do Mundo. 

Ele deveria dar graças a Deus terem mudado o número de seleções. Se fosse a regra antiga, era capaz do Brasil ficar de fora. Quinto classificado! Que barbaridade, atrás de seleções que a seleção brasileira considerava meros times para treino. Agora estamos atrás deles e temos que rezar para não ficar pior, para não termos um grande vexame dentro de campo.

Confesso que eu não entendo muito bem o que acontece. Os grandes craques brasileiros, os jogadores que, na Europa, jogam como gente grande, na seleção, são menos que medíocres. É ver Vini Júnior jogando para não se ter dúvida. Nas três últimas partidas ele não fez nada além de fingir que jogaria e reclamar.

Quem viu as grandes seleções brasileiras jogarem, quem viu os craques de verdade jogarem sente vergonha do futebol de hoje. Aliás, os grandes craques não falam nada porque é melhor ficar quieto diante do que vai acontecendo. Eles têm pudor em falar que seus sucessores não jogam nada ou jogam um futebol de timinho de quinta divisão. Com a diferença que o salário mensal de um único jogador da seleção paga os salários de todos os jogadores de todos os times da quinta divisão durante um ano.

É triste ver o que estamos vendo. Nada que outros torcedores não tenham visto, que o digam os italianos, que deixaram de ir para a Copa do Mundo duas vezes.

Mas para nós é mais difícil. Nós sempre nos consideramos o país do futebol. Não somos mais. Agora temos surf e skate. Eles são nossa alegria. 

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.