A praça Horácio Sabino
[Crônica de 23 de setembro de 2003]
Pouca gente, hoje, sabe quem foi Horácio Sabino, mas São Paulo deve muito a este homem que morava na Avenida Paulista, no quarteirão onde fica o Conjunto Nacional.
Com visão do futuro, foi ele quem fez o primeiro loteamento pensado para ser exclusivamente residencial, com traçado específico e que ainda é um dos melhores bairros da cidade, o Jardim América, batizado em homenagem a sua mulher, D. América Sabino.
Depois, com a cidade crescendo, Horácio Sabino pensou Cidade Jardim, que deu origem ao Jóquei Clube, para viabilizar o novo bairro, do outro lado do rio Pinheiros.
A homenagem que São Paulo lhe prestou, dando seu nome a uma praça no Jardim das Bandeiras, ao lado da rua João Moura, tem alguma coisa de poética.
A praça Horácio Sabino, batizada desde sempre com seu nome, lembra o enorme gramado de uma sede de fazenda paulista. Aproveitando a encosta do morro, ela desce suavemente, cercada por grandes eucaliptos, como eram as sedes das fazendas no começo do século passado.
A praça Horácio Sabino tem outra vantagem. É uma praça de bairro residencial, por isso, tanto faz a hora do dia, ela nunca está lotada, dando seu amplo espaço para crianças brincarem, mães passearem com os carrinhos de seu bebês, cachorros correrem.
Praça paulistana, nela a gente esquece que está na cidade absurda onde a violência corre solta, nas ruas, no trânsito, no gesto das pessoas.
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