O Guarujá revisitado
[Crônica de 19 de novembro de 2001]
Meu amigo Geraldo Anhaia Mello tem o bom hábito de sonhar, acordar, se lembrar do sonho e tentar transformá-lo em realidade. É uma boa mania, ainda mais quando invariavelmente os sonhos se tornam realidade.
A melhor prova disso é a sua cruzada para restaurar a grandeza perdida do Guarujá. E o resultado imediato da missão é uma segunda publicação, tão linda quanto a primeira, sobre a ilha que já foi a Pérola do Atlântico.
Guarujá é um caso de amor antigo. Faz quase 50 anos que vou para lá, o que quer dizer que desde que nasci frequento suas praias, que já foram menos cheias, mas que, perto do que viraram, estão de novo razoáveis, ainda mais se a comparação for com as praias do litoral norte, com mais gente por metro quadrado e menos infraestrutura para dar conta do recado.
Quando o Geraldinho soltou a primeira revista sobre o Guarujá, pegando o gancho de um dos prédios mais bonitos do mundo, que é o Edifício Sobre as Ondas, eu viajei em cima do que ele tinha feito, porque estava muito bem-feito.
Agora chega o Guia Histórico do Guarujá, mais bonito e mais completo. Com histórias e matérias interessantíssimas, mostrando o que a ilha já viu e viveu e como a vida em geral já foi mais fácil e mais bonita.
Navegar pelas páginas do Guia é visitar praias maravilhosas, que resgatam uma história rica e curiosa, com personagens únicos, pelo que fizeram ou pelo seu modo de vida.
O Grande Hotel La Plage, que eu ainda peguei funcionando. A Piscina, que virou o Clube da Orla. O Samambaia que ainda está lá e onde às vezes vou jantar muito bem. A Feira do Rolo como contraponto. As praias sujas sendo limpas. Santos Dumont e sua morte trágica. O Guia é eclético e mostra acima de tudo que o Guarujá tem jeito. É só querer.
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