A super tempestade
De tarde, o tempo fechou. O céu ficou cinza escuro, fez que ia cair o mundo, mas não caiu. Foram seis ou sete pingos só para mostrar que poderia ter sido, mas não foi. Depois, foi clareando, cinza, mas sem chuva.
É verdade, em outras regiões choveu e choveu forte, inundou, foi o caos no trânsito, carros arrastados, casas com a água entrando, gente desesperada, vendo seus bens serem destruídos em poucos minutos.
Nada de novo na frente oeste. Chuvas de verão que caíram mais uma tarde em cima da cidade de São Paulo. O ponto fora da curva é que a meteorologia garantia que só choveria na quinta feira e ainda era terça.
Mas como nem sempre a meteorologia e o clima andam no mesmo compasso, tudo bem, choveu e acabou. Só que não acabou.
A tarde correu mansa e sem chuva, mas, lá pelas sete e meia, começou a fechar, às oito estava ventando e começou a chover, às oito e quinze o mundo veio abaixo e às oito e meia estávamos debaixo de uma das maiores tempestades dos últimos anos. Choveu como manda o figurino, ou como o diabo gosta. Não eram pingos, eram bolas do tamanho de limões, em cascata, fechando o horizonte poucos metros em volta.
Durante meia hora, quarenta minutos, o mundo veio abaixo como se a caixa d’água do céu tivesse furado e toda a água armazenada decidisse cair de uma vez na zona oeste de São Paulo.
Como não poderia deixar de ser, assim que a chuva começou, acabou a energia elétrica, que, pelo andar da carruagem, só retornaria no dia seguinte. Mas a Enel é surpreendente, gosta de brincar com a gente. Quinze minutos depois, em pleno dilúvio a energia voltou.
A tempestade e o vento foram tão fortes que dezenas de galhos de árvores do bairro não deram conta da violência e quebraram. Entre eles, um grande galho do belo ipê do meu jardim.
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