Aviões e helicópteros caem
Um famoso poeta brasileiro, lá pela década de 1950, dizia que “se é mais pesado que o ar, cai; e se é movido a explosão, explode; por isso o avião não pode dar certo”. Ele não gostava de voar.
Mas ele estava errado. O avião foi se consolidando, melhorando, ficando mais seguro, mais firme, mais confiável… o que não quer dizer que às vezes um não caia. Cai, mas se compararmos o número de mortos por ano entre as vítimas dos acidentes aéreos e dos acidentes de trânsito, o avião se torna uma máquina absolutamente confiável, muito mais segura que um ônibus, um carro ou um caminhão.
É verdade, o helicóptero ainda não chegou no mesmo patamar. Percentualmente, caem mais helicópteros do que aviões. Uma vez eu ouvi um grande especialista norte-americano dizer que “só existem dois tipos de helicópteros: os que já caíram e os que vão cair”. Ele também se enganou. Atualmente, os helicópteros, em média, são veículos seguros e que, se respeitarem as regras do jogo e a vontade da natureza, voam tranquilamente pelos céus do planeta.
As causas da queda das máquinas voadoras variam muito, mas essencialmente são de três naturezas: falhas mecânicas, falhas humanas e acidentes de origem externa. Cada uma engloba um bom número de possibilidades, que vão de um parafuso solto a um urubu sugado pela turbina, passando por todo um rol de eventos causados pelo ser humano.
Isso quer dizer que voar é perigoso? Você pode considerar que sair de casa é mais perigoso ainda. As chances de você levar um tiro de bala perdida, ser atropelado por um motorista bêbado ou cair de uma escada rolante são maiores do que as chances de você estar no avião ou helicóptero que vai cair. Não quer dizer que você deva facilitar. Tem aviões em que a gente não voa, mas também tem carros em que a gente não anda.
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