Maio amarelo
Este mês amplifica o combate aos desmandos no trânsito com a campanha maio amarelo. O mês foi escolhido para alertar a população sobre o que acontece nas ruas brasileiras, onde quase 40 mil pessoas morrem, vítimas de acidentes e trânsito, todos os anos.
O trânsito brasileiro é assassino e suicida. Ele mata nas duas pontas, a favor e contra, como se as vítimas tivessem culpa em cartório ou pedissem para serem mortas com requintes de crueldade, como acontece regularmente, todos os dias, cada um com sua particularidade. Por exemplo, domingo que deveria ser um dia calmo, dedicado ao descanso e a reflexão, é campeão em atropelamentos.
A função do maio amarelo é chamar a atenção e também ser um grito de revolta contra esse estado de coisas. Não tem cabimento o país seguir firme forte numa lista dramática, onde as primeiras colocações significam o pior resultado, com milhares de pessoas vitimadas a maioria das vezes porque estava no lugar errado, na hora errada, até quando esse lugar era a faixa de pedestres pintada na rua justamente para proteger a população.
É um quadro lamentável e que custa uma fortuna para a nação, para a previdência social, para as famílias, para as vítimas e para os agressores.
Não tem muito o que fazer além de colocar a boca no trombone, chamar a atenção o banho de sangue que cobre nossas ruas e estradas.
Na base do drama estão ações e omissões imperdoáveis e que jogam muito da culpa no Estado. Estado que habilita quem não sabe dirigir, que não fiscaliza, que não mantém as ruas e estradas, que não vota um seguro obrigatório para pelo menos minimizar os prejuízos financeiros das vítimas e suas famílias. E nos motoristas que não dão a mínima para a vida.
É maio e ele está pintado de amarelo para chamar sua atenção. De alguma forma esse quadro tem que mudar.
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.