Tudo começa e tudo passa
[Crônica de 3 de julho de 2003]
O inverno começou no último dia 21. Começou com cara de quem não começou, num dia lindo de outono, num fim de semana em que o tempo enganou todo mundo. Mas oficialmente ele está aí, com toda a pompa e a circunstância que merece cada uma das 4 estações do ano, na hora que chega sua hora.
Já tem feito um friozinho mais ou menos, mas nada que se compare com os rigores dos invernos de muito tempo atrás, quando o frio além de frio era úmido, embalado pela neblina e pela garoa que fizeram São Paulo famosa.
Depois do começo do inverno, veio São João e passou. E passou São Pedro também, como passaram o dia nacional do Progresso, o dia da Renovação Espiritual, o dia do Hospital e o dia do Bombeiro.
O problema é este: com frio ou sem frio, os dias passam, passam, e a gente já está no meio do ano, como se só tivessem passado dois dias, desde o começo de 2003.
Não tem o que fazer, há 50 anos que eu sinto os anos passarem cada vez mais rapidamente. E dizem os mais velhos que daqui pra frente será sempre mais rápido, até o dia que simplesmente deixar de passar, não porque o tempo parou, mas porque eu parei.
Por enquanto, o jeito é viver um dia depois do outro, no ritmo do tempo, guardando o bom e esquecendo o ruim porque não vale a pena guardá-lo, e a vida é muito curta para nos lembrarmos de mágoas ou coisas negativas.
Se for para lembrar, vamos ficar com o bom, com o alegre, com os instantes felizes que dão um sentido gostoso para nossa vida.
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