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O único jeito é mudar tudo

O São Paulo Futebol Clube não tem jeito. Ou melhor, tem, mas precisa mudar tudo. De alto a baixo, de lado a lado, precisa parar, desmontar e mudar tudo. Do jeito que vai, só vai piorar. Não tem santo, nem milagre que dê jeito. E eu sou são-paulino.

Quem achava que o Crespo é melhor que o Zubeldia está começando a descobrir que não é. Os dois são o que são e nenhum brilha no universo do grande futebol que encanta o mundo. Precisa se dizer que os outros treinadores, dos outros times brasileiros, com as honrosas exceções, onde Abel Ferreira desponta, também não se salvam. O futebol brasileiro foi, não é mais há muito tempo. O São Paulo é o retrato acabado do que fizeram com a gente.

A torcida tem toda a razão, o nó começa em cima. A diretoria não empolga, para dizer o mínimo. Sem entrar em qualquer mérito, a coisa vai mal quando o comando vai mal. Que o diga o General Custer. Ele se deu bem enquanto atacou aldeias desguarnecidas. Foi topar com Touro Sentado e os seus siux para ser massacrado sem dó nem piedade.

O São Paulo tem um elenco razoável, guardadas as proporções com os outros times nacionais. Ninguém tem uma máquina de jogar futebol. É olhar os convocados para a seleção brasileira, só dois jogam no Brasil. Isso diz tudo.

Outro dia ouvi um torcedor dizendo que assistiu o São Paulo da década de 1990 jogar e com base nisso, afirmava que Luciano não é craque. E não é mesmo. É um bom jogador, no nível dos melhores do país, mas não é craque, como os outros também não são. Os craques foram embora faz tempo, e quando voltam, voltam porque envelheceram, ou por alguma outra razão que os faz não ter espaço na Europa. Não são mais os mesmos.

Enfim, seja lá qual for a razão, ver o São Paulo jogar é triste.

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Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.