O Mosteiro de São Bento
Faz pouco tempo fiz uma crônica falando de algumas das 600 igrejas de São Paulo. Entre elas, eu não falei do Mosteiro de São Bento, ou da Igreja do Mosteiro de São Bento, originalmente uma ermida erguida no final do século 16, segundo a lenda, onde ficava a Taba de Tibiriça.
O complexo atual é do começo do século 20. A Igreja que atravessou os séculos coloniais da Vila de São Paulo foi erguida no século 17, com apoio de Fernão Dias Paes, o grande bandeirante que no final de sua vida partiu em busca de esmeraldas, que ele não encontrou, mas que serviu para abrir o rumo de Minas Gerais e seu ouro farto que no século seguinte financiou a Revolução Industrial Inglesa.
Foi no Mosteiro de São Bento que Amador Bueno da Ribeira se refugiu quando os espanhóis de São Paulo, no começo da década de 1640 tentaram coroá-lo rei e separar São Paulo de Portugal, que acabava de reconquistar sua independência da Espanha.
A história do mosteiro é longa e rica. Foi lá que, quando da construção do complexo atual, encontraram os ossos de um homem muito alto, identificado como Fernão Dias, enterrado sob a antiga nave.
O complexo atual, gótico, destoa da história do mosteiro, mas é um conjunto bonito e imponente, que transformou o Mosteiro de São Bento numa das igrejas mais visitadas da cidade.
Hoje, suas missas de domingo, com canto gregoriano entoado pelos monges, se não forem as mais concorridas, são das mais procuradas pela população.
Além disso, o mosteiro é famoso pela padaria tocada pelos monges e que faz alguns dos melhores pães de São Paulo. Com certeza ela vale a visita. Ou melhor, o conjunto do Mosteiro de São Bento, com sua história, suas imagens, seu órgão, sua missa e sua padaria vale a visita.
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