Corrigindo uma falha
[Crônica de 11 de maio de 1998]
Faz tempo que eu queria fazer esta crônica. Afinal de contas, se volta e meia eu coloco no ar minhas impressões – as mais amadoras possíveis – a respeito de forno e fogão e de onde me parece que eles são bem manuseados, não tinha sentido eu não falar de um dos lugares onde mais gosto de ir, e que, para mim, dentro da minha ignorância, é um dos melhores restaurantes de São Paulo.
O Vecchia Cucina, escondido num flat do Itaim, é um lugar especial, que dá prazer ir, pelo local e pela comida. Agradável ao extremo, não é porque o restaurante é do tio de uma das maiores amigas de minhas filhas que ele merece ser elogiado.
Muito antes de saber que a Camila era sobrinha do dono eu já ia ao Vecchia Cucina, na hora do almoço com o Luiz de Campos Salles, e para jantar com minha mulher e com o Nelson Cunha e a Jurema.
Todas as vezes que eu me lembro de ter comido lá, eu me lembro de ter comido bem. Aliás, me lembro de ter comido muito bem, o que, em certa medida justifica o preço, já que o Vecchia Cucina não é um restaurante barato.
Com um bar gostoso na entrada e um serviço que faz com que a espera, que pode ser grande, passe rapidamente, o restaurante tem um clima civilizado e uma atmosfera para cima, que faz com que, especialmente de noite, seja um dos lugares mais agradáveis de São Paulo.
Para completar, a comida, servida em salas com estilos completamente diferentes e das quais a mais gostosa é o jardim de inverno do fundo, é uma delícia.
Seja massa, seja carne, seja risoto, os pratos do Vecchia Cucina são sempre ótimos e o restaurante só não é uma filial do céu porque volta e meia tem alguém fumando charuto, o que pode ser muito bom para o fumante, mas que, com certeza, não é tão bom para quem está comendo um camarão, ou outro prato de sabor delicado.
No resto, o Vecchia Cucina é nota mil.
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