Feminicídio
É um absurdo em pleno século 21 o feminicídio bater todos os recordes da série histórica. Mas é a realidade paulista. Nunca na nossa história tantas mulheres foram assassinadas como ao longo de 2025.
Não tem cabimento um homem matar uma mulher porque ela é mulher, ainda mais alguém que, normalmente, foi companheira, esposa e mãe de seus filhos.
Qual a lógica que leva alguém a cometer um ato desta natureza? Qual o sentido em tirar a vida de alguém, seja lá pela razão que for, ainda mais por conta de uma história de amor mal resolvida?
Acabou, acabou, bola pra frente. A vida é curta demais para se perder tempo remoendo porque não deu certo, ou o que fez ela ir embora. Não deu certo e ponto. A vida segue em frente, outros amores poderão surgir, outras histórias serão vividas, a felicidade pode estar no próximo encontro.
Não há razão que justifique querer mal a quem um dia nós amamos, que nos fez felizes, que compartilhou nossa história.
O ser humano é complexo, tem características inatas que o levam a cometer desatinos e tem características adquiridas que também o levam a cometer desatinos. Mas, acima de tudo, tem a capacidade de raciocinar e o livre arbítrio que deveria impedi-lo de ir além de um certo ponto.
Em algumas situações o cidadão parte armado, disposto a matar quem ele acha que ama, mas não ama, porque quem ama não mata. É uma obsessão, um trauma mal curado, ou uma situação que ele vê como uma humilhação.
Ninguém é dono da vida de ninguém. Ninguém dispõe da vida do próximo seja lá pela razão que for. Muito menos porque é uma mulher.
O feminicídio é imperdoável. O criminoso deve ser apenado com a pena mais dura. Mas o ideal seria que o feminicídio não existisse.
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