Falta de seriedade faz parte do jogo
O Senador Flávio Bolsonaro foi ungido candidato a presidente da república pelo seu pai, cumprindo pena de cadeia por tentativa de golpe de estado.
Tudo bem, não há nada que impeça alguém de indicar seu candidato a presidente da república, ainda mais se o alguém carrega uma massa de votos capaz de abalar o jogo. E Bolsonaro com certeza tem estes votos.
Onde a coisa pega é que logo depois do anúncio, o próprio ungido mostrou que a coisa não era tão séria assim, colocando preço na candidatura. Isso mesmo, ele colocou preço na candidatura, como se estivesse mais interessado nos resultados político-econômicos do que na presidência do Brasil.
O espetáculo, ou a farsa, mostra bem que o Senador não tem muita prática de negociar com profissionais da negociação, como são nossos políticos. Ao colocar, quase que imediatamente, preço na candidatura, ele baixou consideravelmente suas chances de chegar a um bom acordo.
Mais que isso, abriu as portas para baixar mais ainda o preço e até desconsiderar a informação, já que a turma do Centrão não é boba e sabe tirar proveito de cada passo em falso de gente a favor e contra.
O dia seguinte mostrou isso, ou melhor, a noite do jantar na casa do senador não deixou dúvida que a informação da sua candidatura estava precificada e devidamente desvalorizada.
Entre secos e molhados, o jogo segue em frente, agora com uma variável que deveria causar tumulto quase que neutralizada. Os próximos passos ainda não estão claros, neste momento, a direita ainda não tem candidato definido, o que dá para o atual presidente a vantagem nas pesquisas. Mas eleição se ganha depois de contar os votos e tem muita água para passar até outubro de 2026. Quem viver verá.
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