Lá como aqui
Tem quem ache que a violência é exclusividade nacional. Que o feio e o ruim só acontecem no Brasil. Que nós somos a vergonha do mundo e que, comparados aos países desenvolvidos, ficamos sempre feios na foto.
Não é bem assim. Quem já usou o aeroporto de Madri deve ter ouvido várias vezes os avisos pelos alto-falantes, pedindo que as pessoas prestem atenção nos objetos pessoais porque eles podem ser furtados por ladrões especializados.
Praticamente o mesmo aviso está escrito nos ônibus de Roma, onde a prática é comum, não só dentro dos coletivos, mas nas ruas e praças da cidade. É o preço que se paga por visitar um museu a céu aberto, que prende a atenção dos turistas a cada esquina.
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Agora mesmo, minha filha acaba de passar por um aperto em Los Angeles, Califórnia. Ela saiu para jantar com amigas e, no restaurante, deixou inocentemente sua bolsa pendurada no encosto da cadeira. Quando foram pagar a conta, veio a surpresa. A bolsa estava aberta e tinham levado sua carteira e celular.
Ela tentou reclamar, mas o restaurante não tomou o menor conhecimento, ao contrário, ela ficou intimidada com a postura de um segurança francamente mal-encarado.
Como o passaporte estava no hotel e ela tinha um resto de dinheiro no cofre, no dia seguinte embarcou de volta para o Brasil sem problemas.
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O que aconteceu com ela em Los Angeles acontece com centenas de pessoas todos os dias, nos mais variados países do mundo. Aliás, o que aconteceu com ela foi leve perto do que acontece em ações mais violentas, nas quais, não raro, pessoas desaparecem sem deixar rastros. É o preço da globalização e das facilidades da vida moderna. Tome cuidado quando viajar. Lá é tão perigoso como aqui.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.