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Enlouqueceu geral?

Tem quem diga que a humanidade enlouqueceu de vez. Pode ser, quem sou eu para discordar. Mas será que essa loucura é nova, que nunca tivemos momentos apavorantes nos últimos dez mil anos de história?

Tenho minhas dúvidas. Começando pelo começo, as guerras sempre foram parte da história e as conquistas de territórios sempre tiveram papel fundamental no desenvolvimento das civilizações.

Os inimigos vencidos nem sempre foram tratados a bolo de chocolate. Ao contrário, não era raro cegarem os prisioneiros escravizados para que não fugissem.

Também não era raro grandes banhos de sangue, fosse crucificando milhares de pessoas, fosse arrancando seus corações, mutilando seus corpos ou empalando-as nas margens das estradas.

Com o tempo, as guerras religiosas trouxeram sua contribuição. Quem não aceitar que meu deus é melhor que os outros está condenado a ver de perto o poder do meu deus, seja crucificado, seja queimado em praça pública para iluminar as noites santas, seja da forma que for, dentro da enorme criatividade do ser humano para causar dor e sofrimento.

Nosso tempo é alucinado? É. Que ninguém duvide, é. Vamos vendo coisas alucinantes, mas será que são mais alucinantes do que outros momentos acontecidos não faz tanto tempo?

O que dizer do terrorismo do começo do século 20? O que dizer do terrorismo de estado utilizado regularmente na União Soviética e que matou deliberadamente mais de 20 milhões de pessoas de fome? E o Gulag?

Mas o que dizer da guerra de extermínio na frente oriental da Segunda Guerra Mundial? O que dizer dos campos de concentração nazistas? O que dizer do Khmer Rouge? Ou dos bombardeios com Napalm na guerra do Vietnam? Será que estamos loucos? Ou será que sempre fomos?

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.