O dia do caçador
Na luta pela vida, invariavelmente, a presa leva vantagem sobre o predador. Menos da metade dos ataques dos grandes tubarões brancos acabam com a foca na boca, da mesma forma que os antílopes e gnus fogem regularmente dos leões, das hienas e dos guepardos.
É assim porque é assim e até os tigres sabem o que quer dizer errar o bote. Acontece na maioria das vezes, mesmo com o felino utilizando toda sua competência e habilidades para tentar emboscar a presa.
Na natureza cada um tem sua forma de defesa. Alguns, como as baleias azuis, ficam tão grandes que não há outro animal capaz de desafiá-la. A regra se aplica aos elefantes adultos e aos hipopótamos e rinocerontes.
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A permanente luta entre a Clotilde e as aves que usam sua tigela para tomar banho e atacam sua ração normalmente acaba com a ave voando rapidamente para fora da garagem, evitando o ataque mais ou menos atrapalhado pelo carro estacionado.
Mas às vezes a sorte sorri para o predador. Foi assim com a “cisna” que provocava diariamente o leão Eustáquio. Um belo dia, como fazia sempre, bicou o leão e correu para o laguinho onde se protegia da fúria da fera com a sesta interrompida.
Ela correu, pulou e – surpresa! – o laguinho estava vazio. O leão não teve maiores problemas em matar o cisne que foi lutar em defesa da “cisna”.
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Com a Clotilde foi quase igual, ou na mesma toada. A pomba entrou na tigela d’água e, quando imaginou que a Clotilde não teria como saltar, viu que o carro não estava na garagem.
A Clotilde veio correndo, saltou e, numa única dentada, matou a pomba. Depois saiu triunfante, com o troféu na boca, sacudindo a cabeça de um lado para o outro, jogando penas para todos os lados. A pomba descobriu que a luta pela vida é dura e as outras aves estão longe da tigela.
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