De carona na Clotilde
Clotilde é uma simpática cadelinha boxer de 4 anos de idade. Minha companheira de caminhadas, ela é a verdadeira dona do jardim de casa.
Caçadora eficiente, às vezes a Clotilde pega um sabiá no voo, quando a ave sai voando baixo de dentro da garagem, onde entra para comer a ração da Clotilde e se banhar na sua tigela de água. Ela já pegou inclusive pombas, mas estas são mais raras.
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Dizem que sou o dono da Clotilde, mas eu tenho sérias dúvidas. Minhas filhas se acham mais donas do que eu e meus netos não param nem para entrar na discussão, eles têm certeza que os donos são eles. Donos não, irmãos.
Além disso, sou eu que a sirvo e atendo suas necessidades, desde colocar ração e trocar a água de sua tigela, até dar banho, coisa que ela adora. Não me parece que isso seja ser dono.
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A Clotilde faz parte da família e, como ela, existem milhões de outros cães que são parte de centenas de milhares de famílias espalhadas Brasil a fora, como o Gustavo, um raro caçador de lobos da Baviera, além de milhares de gatos e outros animais mais exóticos que dividem o espaço com as pessoas.
É por isso que eu fico revoltado quando vejo a quantidade de animais abandonados pela cidade. Se existem bichos que nascem nas ruas, sem dono ou saber o que é uma casa, existem também os que são abandonados porque as pessoas enjoam. Isso mesmo! Depois de um tempo, enjoam do animal de estimação e se desfazem dele, soltando numa rua ou praça longe de casa, ou na Cidade Universitária, ou até na Santa Casa, que é um hospital e, portanto, lugar impróprio para se abandonar gatos. É duro ver os animais abandonados, mas é mais duro ainda saber que as pessoas também abandonam seus parentes.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.