A Serra florida
Quem olha o paredão da Serra do Mar entende porque São Paulo nunca precisou murar a vila, nem erguer fortes para proteger o Planalto de Piratininga. Imagine os primeiros navegantes vendo essa massa de terra tapando o interior e impedindo a passagem. Eles eram muito corajosos!
A Mata Atlântica atual é uma pequena amostra do que foi e boa parte dessa amostra está localizada exatamente na Serra do Mar paulista.
Cruzar a serra, por qualquer das estradas que ligam o planalto ao litoral, é uma viagem maravilhosa, com a mata acompanhando a rodovia, ou melhor, a rodovia furando a mata em todo o trecho de montanhas.
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A mata atual está longe do que foi a imponente floresta, com árvores gigantescas, cujos últimos exemplares ainda podem ser vistos, saindo acima das árvores que compõem o tapete verde que cobre a floresta.
Imagine o espanto de Martim Afonso ao chegar no planalto, do outro lado da serra, vendo os campos espalhados, cortados por rios que correm para o interior.
Imagine São Paulo há quatrocentos e oitenta e nove anos: meia dúzia de ocas mais elaboradas, quem sabe vinte europeus e os indígenas que iam e vinham, em sua marcha nômade pela região.
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Martim Afonso fundou a vila de Piratininga em 1532. É dela o pelourinho transportado para São Paulo em 1560, na fundação da Vila.
Isso tudo para falar da beleza da mata florida ao longo das estradas que demandam o litoral. As cores das flores, principalmente o rosa da maioria das quaresmeiras, cria um tapete mágico, manchando o verde escuro quase uniforme que é a cor da floresta.
Se hoje a paisagem é de sonho e acalma os motoristas parados nos engarrafamentos ao longo das estradas, tente imaginar como era a paisagem quando a mata não dividia seus espaços com ninguém…
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