Horácio Sabino

A história de São Paulo é cruel e esconde nos escaninhos e nos becos personagens sem os quais, com certeza, seu desenvolvimento teria sido outro.

Começando por João Ramalho, caminhando até os dias de hoje, as injustiças permeiam nosso passado, dando crédito a quem não merece, enquanto os verdadeiros artífices do progresso permanecem escondidos, atrás de uma camada de silêncio, deliberadamente arrancados dos fatos, como se tudo caísse do céu por obra de um milagre de Anchieta.

Se São Paulo deve sua cara atual, ou pelo menos a parte mais bonita de sua cara, para alguém, esta pessoa se chama Horácio Sabino.

Foi ele quem a partir do início do século 20 abriu e moldou os melhores bairros residenciais, atuando diretamente nas três maiores imobiliárias da cidade. A Cia. City, a Imobiliária Paulista e a Companhia Cidade Jardim.

Delas saíram, primeiro, a Vila América, atual Cerqueira Cesar, ou Jardins. O Jardim América, a Cidade Jardim, o Pacaembu, o Alto da Lapa, o Alto de Pinheiros, o Butantã e os outros bairros que compões o Morumbi.

Sem este homem de visão e empreendedor incansável, São Paulo não teria boa parte da área verde que compensa a poluição insana que nos afeta diariamente.

Também não teria o desenho todo especial que faz, até hoje, os bairros da Cia. City os melhores da cidade.

Horácio Sabino acaba de ser resgatado por um livro muito bom, feito com competência e carinho. Fruto da soma dos acervos da família e do trabalho de pesquisa de suas bisnetas, Horácio Sabino – Urbanização e História de São Paulo é um livro fundamental para se entender a cidade.