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Chuvas e enchentes

 

As chuvas este ano mostraram para o paulistano que as mudanças climáticas são coisa séria e que, se não prestarmos atenção, não tem barco no mundo para carregar toda a população.

Caiu água como manda o figurino e ninguém tem a menor certeza de que não vai cair mais, sabe Deus quando, ao longo do ano.

Pode ser que este ciclo tenha chegado ao fim e que agora venha uma seca de assustar sertanejo de Canudos.

Pode ser muita coisa, mas “pode ser” é futurologia. O que importa agora é o que aconteceu neste verão.

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Choveu como fazia muitas décadas que não chovia. Mas se dermos uma olhada em fotos antigas da cidade de São Paulo veremos que não há nada de novo debaixo do sol, ou das nuvens, e que no passado a cidade inundava com a tranquilidade deste verão.

O que não é motivo para justificar o que aconteceu e seguir em frente no bem bom do passado, sem ninguém fazer algo mais consistente, como pelo menos limpar os bueiros.

Não é preciso estudo do IPT para mostrar que boa parte das bocas de lobo da cidade não engoliram água. E não engoliram água porque os canos estavam entupidos, cheios de lixo jogado na rua.

O paulistano não deveria jogar lixo na rua? Isso é falta de educação? Tudo bem, estamos de acordo, mas o fato é que boa parte de nossos cidadãos faz isso regularmente e o poder público não pode usar esse mau hábito como desculpa para não limpar as galerias pluviais.

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Se o poder público sabe disso é sua obrigação tomar as medidas necessárias para evitar que o lixo jogado nas ruas fique nos bueiros e canos.

Em algumas áreas, o entupimento e a falta de manutenção podiam ser vistos dois dias depois das chuvas, com a água parada nas ruas, na frente dos bueiros, sem ter para onde escorrer.

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

 

 

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.