Gente do bem
Tem gente do bem, gente que não é do bem e gente do mal. A diferença é importante. Ser do bem é óbvio. Já não ser do bem não significa necessariamente ser do mal.
Ser do mal é agir deliberadamente com intenção de causar dor, sofrimento e outros sentimentos ou sensações ruins nas pessoas.
Não ser do bem não é isso. É diferente. É não agir com boas intenções, nem com más. Simplesmente ser indiferente. Indiferente ao mundo, as pessoas, ao que acontece em volta.
É olhar o próprio umbigo e achar que é o centro do mundo. Ser egoísta, tentar levar vantagem em tudo.
Ser do bem é bom. Pensar solidariamente faz bem, ajuda a digestão, não entope o fígado.
Pensar e fazer coisas boas dá um sentido positivo para nossa existência. Faz da vida algo mais profundo do que a vida dos animais, baseada em extintos primitivos que não levam em conta a ideia de dividir, nem imaginam que a bondade é uma virtude com resultados, na média, muito satisfatórios.
É curioso, mas é assim. Invariavelmente ser bom compensa. Deus nos paga de volta nesse mundo mesmo.
E a paga vem das maneiras mais inesperadas possíveis. Numa palavra numa hora difícil. Num gesto. Num negócio que sai porque a outra parte já tinha ouvido falar de você, por alguém com quem você dividiu um momento bom.
A vida é cheia de curvas. Nem sempre a reta é a forma mais fácil de se chegar lá. É nas quebradas do caminho que as coisas acontecem. E elas acontecem porque fazemos força pra isso.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h