Inteligente é ficar em casa
Em época de pandemia, com presidente messiânico e com tudo para dar errado se seguirmos seu rumo, o inteligente é ficar em casa. Quanto mais recolhimento, melhor. Quanto mais isolamento, melhor. Quanto mais aguentar o tranco, melhor.
Não tem o que fazer. Sair de casa não vai aquecer a economia, nem vai diminuir a pandemia. Ao contrário, sair de casa ameaça o sistema de saúde, que agora já está com os hospitais lotados em todo o país e com vários estados sem a menor condição de enfrentar o vírus porque sua pequena rede de saúde já foi esticada além de todos os limites.
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Ninguém quer quebrar, ninguém quer despedir, ninguém quer crise, mas não tem o que fazer. O problema não é brasileiro. O problema é mundial e, se olharmos em volta, vamos ver que os países em que houve um mínimo de sucesso no enfrentamento da pandemia são justamente aqueles em que o isolamento foi amplo, geral e irrestrito.
Aqui as coisas são diferentes porque o Brasil tem uma enorme falta de sorte e, depois de uma presidenta que idolatrava a mulher sapiens e queria armazenar vento, tem um presidente que quer salvar a pátria, mas faz o contrário, desde que o oposto do lado certo lhe dê os votos que ele gostaria de ter em 2022.
Por enquanto, quem anda pelo lado da sombra fica em casa. Não é hora de bancar o herói, não é hora de comer pastel na feira, nem beber cerveja gelada no boteco da esquina.
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Ainda vai passar muita água debaixo da ponte. E, na medida que tem gente que insiste em sair de casa, os hospitais vão ficar mais cheios. Não precisa você querer engrossar a fila.
É hora de cautela e de canja de galinha. Deixe a emoção pra depois.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.