Tem os que têm pouco e os que têm menos
Milhões de brasileiros dependem da rede de saúde pública, humilhada, diminuída, enxovalhada por décadas de administrações que jogaram o Brasil no buraco que está.
Em todos os níveis, o que fizeram com a saúde pública brasileira chega perto do absurdo, porque deixaram a rede pública ser devorada pela inflação e pela bandalheira, pouco se lixando com a população, que paga os impostos, que mantém os marajás em seus cargos e palácios.
O SUS está sucateado, mas, neste momento dramático da história nacional, sãos seus hospitais, públicos e privados, que estão escorando o baque e minimizando como podem os estragos causados pelo coronavírus.
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A pandemia já mostrou que é séria, muito mais séria do que imaginam alguns senhores da guerra encastelados em postos de comando e um bando de puxa-sacos que acha o máximo dizer que o chefe é o máximo.
Pessoas estão morrendo a cada minuto. A conta é estarrecedora e não tem como ser revertida. Tudo que podemos fazer é adiar, na medida do possível, a velocidade da propagação do vírus, apesar dos estragos que já foram feitos.
As histórias são terríveis e encontrar passagens tristes é fácil. Basta chegar na porta dos hospitais e ouvir o relato dos parentes das pessoas que perderam a vida, nas UTI´s e nos corredores lotados.
Mas se milhões têm muito pouco e tudo que podem fazer é correr para um hospital público, outros milhares têm menos ainda e invariavelmente não chegam sequer na porta desses hospitais.
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É isso que não pode acontecer. Todos são brasileiros e todos têm o direito de ter uma chance na luta para continuarem vivos no enfrentamento da Covid19. Os que têm menos ainda também são seres humanos e merecem ser atendidos como os demais brasileiros.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.