Cada um por si e o vírus por todos
O Brasil é um país alucinado. Não bastasse a forma de governar completamente destrambelhada do Presidente da República, parte da população, provavelmente porque ouviu S. Exa., não está nem aí para a pandemia que vai cobrando um preço enorme em infectados e vidas.
Desde o começo do mês, quando São Paulo flexibilizou, de forma no mínimo estranha, os rigores do isolamento social, o que se vê é uma cidade alucinada, com milhares de carros nas ruas e milhões de pessoas dentro dos carros, ônibus e trens, como se fosse feriado nacional e estivessem todos se preparando para cantar a “Jardineira” nos salões do carnaval.
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Tanto faz se já morreram milhares de pessoas, tanto faz se a marca de meio milhão de infectados foi alcançada e ultrapassada… A sensação que dá é que estamos numa corrida mortal com os Estados Unidos, até agora o campeão absoluto, para ver quem se torna a nação com mais mortos em decorrência da pandemia do século.
China, França, Alemanha, Espanha, Grã-Bretanha, todos vão ficando para trás, sem a menor condição de competir com o Brasil, tendo à frente um presidente que não lidera, dá o mau exemplo e não liga para as mortes da pandemia – o que vale é 2022 e sua sede de poder.
Quem pode mais chora menos. Só que diante do coronavírus ninguém pode nada, ninguém sabe nada, nem a hora que vai contrair a doença, nem o momento em que vai morrer.
É apavorante, mas mais de sessenta por cento dos pacientes que ingressam nas UTI’s morrem vítimas da covid19.
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A maior parte dos mortos é de pessoas da terceira idade, com mais de sessenta anos, portadores de outras deficiências, que facilitam a ação do vírus.
Mas o vírus é democrata e pouco exigente, de bebês de colo a velhos, todos podem ser suas vítimas. No Brasil, ele nada de braçada e mata.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.