Verde que eu te quero verde
A primavera chegou. É verdade que o clima parece que ainda não sabe disso, mas no calendário a primavera chegou.
E chegou no verde novo e intenso que recobre a cidade, ou as partes arborizadas de São Paulo.
São Paulo tem regiões imensas praticamente sem arborização. Muitas vezes o máximo é um buquê de flores de plástico em cima da geladeira. Outras, menos que isso, um capinzinho nascido sem querer numa fresta de calçada mal cuidada.
Mas essa massa cinza não é homogênea. Outras regiões são mais floridas, têm um verde mais denso. É o caso da USP, do Ibirapuera, do Parque Trianon.
É o caso dos Jardins, do Pacaembu, de parte do Butantã, da Vila Mariana, Saúde, Liberdade, Paraíso, Brooklin etc..
Em todos esses bairros o verde e o cinza dividem os espaços, numa briga que, quando o verde ganha, valoriza o pedaço e se torna uma ameaça a ele mesmo, pela verticalização da cidade, chegando correndo nos prédios de apartamentos substituindo as antigas casas.
O verde em São Paulo está constantemente ameaçado. Ameaçado pela especulação, pela demagogia, pela política corrupta que loteia os espaços urbanos dentro e fora da lei.
Mas agora é começo de primavera. Onde tem verde, o verde está mais forte, mais denso, mais vivo, seguindo a sequência natural da mudança das estações e da necessidade dos vegetais também tocarem em frente, preservando a espécie e garantindo presença no dia seguinte.
Se o clima ainda não tem certeza, a natureza sabe: a primavera chegou. Viva o verde nosso de cada dia, amém!
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