A lua cheia no céu
A lua cheia é um fenômeno natural que se repete a cada mês, por conta do ciclo da lua e seus movimentos em volta da terra e da terra em volta do sol.
Satélite natural, corpo de luz fria, morto e sem atmosfera, a lua seria apenas um enorme bloco de rochas comprimidas pelas forças cósmicas e pela gravidade da terra em contraposição às forças do universo.
Mas a lua é também um momento de rara beleza, quando surge de trás das nuvens calmas onde se esconde para aumentar o impacto do seu show. Sua dança no céu, erguendo-se dona da noite, para apagar as estrelas e mostrar que quem manda é ela.
Ou seria quem sabe a chave que abre a noite para todas as possibilidades imagináveis, de sonho e realidade, no rastro claro de seu brilho arrancando das águas adormecidas as jazidas brilhantes de suas minas de prata.
A lua é promessa, deusa antiga, sonho, esperança e mistificação. É o que poderia ser, mas não é. Ou é o que não é, podendo ser. É a versão da farsa do poeta contada ao contrário. Uma estrofe na enorme saga do começo e do fim das coisas. Um soneto na eternidade das noites.
A lua é o que quiserem e um pouco mais. E a lua cheia é mais que as outras luas, pelo menos na moldura do céu, onde brilha impressionante em todas as estações do ano.
Mas se a lua é tudo isso ela é também – pouca gente sabe – meu presente mais secreto para deixar teu coração feliz. Meu encantamento para esconder o feio do mundo de teus olhos cansados.
Minha promessa de circo de cavalinho. De brincadeira de mágica. Mas acima de tudo, a prova do meu amor.
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