Ano estranho
No mínimo, 2020 está sendo um ano estranho ou diferente de qualquer outro ano dos últimos cinquenta anos. Uma forma de vida insignificante recolocou o ser humano no seu devido lugar e isso foi devastador.
Sentir todo seu poder de dono do planeta ser desafiado e vencido por um vírus desequilibrou a maioria das pessoas, habituadas com os desmandos cometidos nos últimos oito mil anos. Não teve Amon, Zeus, Ormuz, Tupã ou outro deus que desse jeito, que espantasse a coisa, que encerrasse o tempo de trevas trazido pelo coronavírus.
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Ainda é cedo para comemoração. A vacina está chegando, mas ainda não mostrou que funciona. Tem um velho ditado que diz que quem tem pressa come cru. Contra a morte certa, toda alternativa é válida, até vacinas desenvolvidas em muito menos tempo do que o necessário para se pensar sobre o desenvolvimento de uma nova vacina.
Mas a necessidade é a mãe da eficiência. Nunca os laboratórios correram tanto como neste ano e o prêmio é um só: a vacina salvadora, capaz de exorcizar o fantasma da Covid19 e seu rol de mortes diárias em todas as partes do mundo.
Se vai funcionar ou não são outros quinhentos. Em algum momento, pelo menos uma das vacinas vai dar certo, provavelmente mais. Mas até lá estamos jogando na loteria. 50% de chance é jogo, não é matemática.
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Então não devemos fazer nada? Claro que não! O jogo está na mesa. Temos que seguir em frente com as cartas que temos nas mãos e elas são as vacinas em desenvolvimento, que devem ser aplicadas o mais rápido possível, até para dar massa estatística para o aprimoramento da vacina, na imunização e nos efeitos colaterais.
É jogo de gente grande e precisamos pelo menos empatar.
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